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Joana Marques

Bruna Antunes - O universo artístico de uma jovem promessa

Atualizado: 31 de jul.


Bruna Antunes, cantora, uma jovem com uma túnica preta comprida

Por Joana Patacas*, em 06 de abril de 2024


Num mundo em que as fronteiras artísticas são constantemente redefinidas por novos talentos emergentes, Bruna Antunes, uma jovem cantora e artista plástica de 17 anos, destaca-se como uma promessa no panorama das artes. 

Com uma genuína paixão tanto pela música quanto pelas artes plásticas, a vida de Bruna desdobra-se numa narrativa onde a criatividade não conhece limites. 

“Nem consigo imaginar a possibilidade de não poder cantar; é uma ideia asfixiante.” Bruna Antunes. 

Desde os primeiros acordes entoados no aconchego da família, passando por uma exposição de desenho e pintura com apenas 15 anos, até aos palcos das ruas de Óbidos, esta artista tem feito uma trajetória pautada pela autenticidade e pela busca incessante de uma voz própria. 

Com um espírito indomável e uma curiosidade insaciável, Bruna está determinada em explorar todas as facetas da sua criatividade, porque para ela a arte é não apenas uma forma de expressão, mas uma extensão da própria identidade. 

“A arte é a minha vida. Tudo o que eu gosto de fazer está ligado às artes: desenhar, cantar, ler, dançar…” Bruna Antunes 

Nesta entrevista à ProART, conduzida por Joana Patacas (JP), aventuramo-nos no universo de Bruna Antunes, explorando as suas inspirações e aspirações de alguém que não se limita a uma única paixão artística.


JP: Quando é que se apercebeu de que cantar era uma coisa especial para si? 


Bruna: Sempre cantei. Em pequenina, a música já fazia parte das minhas brincadeiras: cantava para as minhas bonecas e nos convívios em família. Eu e os meus primos fazíamos sempre um espetáculo depois de terminada a sobremesa. Tinha um microfone do Ruca e adorava cantar para os meus pais e para a família. Também cantava muito com o meu tio: ele tocava guitarra e eu acompanhava-o com a voz. 


JP: O seu tio é músico profissional ou amador? 


Bruna: Não é profissional. Faz música por gosto. 


JP: Então, cresceu com a música?  


Bruna: Sim. Havia sempre música a tocar. O meu pai gosta muito de música, embora não cante ou toque um instrumento. 


JP: Teve formação musical? 


Bruna: Tive aulas de canto durante o 5º e 6º ano. Era uma opção que a escola nos dava. Antes disso, tinha tido aulas de piano durante dois anos, e continuei a ter por mais dois na escola, mas já não sei nada. Já não sei tocar. Eu ainda tenho aqui o teclado, por isso de vez em quando faço umas coisinhas, mas deixei de praticar, porque gosto mais de cantar. Mais tarde, com 15 anos, comecei a ter representação musical no Estúdio 12, onde tive aulas de canto e fazia exercícios de teatro. Éramos um grupo pequeno, por isso tivemos um acompanhamento muito individualizado. Atuámos no Teatro-Cine Torres Vedras, mas também fizemos representamos na rua; era tudo filmado e fazíamos projetos audiovisuais com essas atuações. Também por volta dos 15 anos comecei a ter aulas de dança no Estúdio Flui, e agora tenho aulas de música na Musicália, uma academia de música. Esta formação tem sido toda feita em Torres Vedras. 


JP: Qual foi a primeira vez que cantou em cima de um palco?


Bruna: Nas audições da escola. Também fui chamada para fazer parte do coro da ópera “Hansel and Gretel”. Devia ter cerca de 11 anos. Esta foi uma experiência muito diferente do que eu estava habituada, porque obrigou a muitos ensaios e a um trabalho mais aprofundado. 


JP: E foi nessa altura que se apercebeu que queria cantar a nível profissional? 


Bruna: Eu já sei disso desde criança! Sempre quis ser uma cantora famosa. 


JP: E continua a cantar… 


Bruna: Sim, sempre que posso. Na Musicália faço parte de uma banda chamada «Pandora» e costumamos tocar no Vila Café. Ao todo somos uns oito ou nove, duas cantoras, os guitarristas, um baixista e um baterista. Faço duetos, mas também canto a solo. Por enquanto, ainda não temos reportório original. Fazemos covers. 


JP: E já experimentou compor as suas próprias canções? 


Bruna: Gosto muito de escrever e já fiz algumas letras. Também já tentei compor algumas músicas, mas esse não é o meu foco. Defino-me como uma cantora. 


JP: O que é que a música significa para si? 


Bruna: Cantar é uma terapia e a forma que eu encontro de me libertar. Nem consigo imaginar a possibilidade de não poder cantar; é uma ideia asfixiante. Expresso-me através da música. Gosto de me sentir envolvida pela música e de me identificar com ela, ou seja, de encontrar na música um reflexo das minhas próprias emoções. 


JP: Tem algum estilo musical preferido? 


Bruna: Gosto de cantar praticamente tudo: rock, indie pop, soul, blues, jazz… gosto muito de cantar jazz. 


JP: Costuma cantar noutros sítios, além do Vila Café? 


Bruna: Adoro cantar na rua! Costumo cantar em Óbidos ao fim de semana. Gosto muito da «vibe» que Óbitos transmite. Também quero começar a cantar em bares com mais regularidade. 


JP: Fale-nos dessa experiencia de cantar na rua. 


Bruna: É uma experiência incrível porque nunca sabemos o que é que vai acontecer, o resultado é sempre inesperado. Quando cantas na rua não há planos ou expectativas. Normalmente, vou com o meu namorado. Eu canto e ele toca viola. Se for sozinha, levo uma coluna. E é sempre bom ter uma reação imediata das pessoas e perceber que elas gostam do meu trabalho. É motivante. Toda a gente gosta de receber elogios. 


JP: O seu objetivo futuro é ser cantora profissional? 


Bruna: Gostava muito de cantar profissionalmente, sim, mas também adoro desenhar e pintar, por isso divido-me entre essas duas áreas e logo vejo em qual delas me consigo afirmar. Vou continuar a cantar, mas o meu plano agora é terminar o 12º ano e ir para a faculdade fazer a licenciatura em Artes Plásticas. 


JP: A arte tem um papel muito importante na sua vida. Como é que descobriu a paixão pelas artes plásticas? 


Bruna: Desde pequena que gosto de fazer trabalhos manuais e colagens. E adoro desenhar. A princípio, fazia uns «bonequinhos» num caderno que a minha madrinha me tinha oferecido porque os meus pais lhe tinham dito que eu estava a começar a desenhar. Foi tudo muito intuitivo. Comecei por ver tutoriais no YouTube; ia vendo e copiando fotografias e fui desenvolvendo esse gosto. Hoje já faço alguns retratos por encomenda. 


JP: Já expôs os seus trabalhos? 


Bruna: Segui a área de Artes Visuais e fazemos muitas exposições na escola. Mas já fiz uma exposição sozinha com os meus desenhos e pinturas. Com 15 anos deram-me a oportunidade de expor as minhas obras no Estúdio 12. Foi incrível! Também foi uma forma de ir vencendo a timidez, porque ia convidando as pessoas que passavam na rua para entrar e era obrigada a falar com elas. Algumas compraram-me algumas obras e deixaram comentários muito positivos no livro de elogios. Sinto que houve pouca divulgação, mas foi uma oportunidade única. 


JP: Sente-se mais cantora ou artista plástica? É uma pergunta difícil… 


Bruna: Quero muito ser cantora, mas também quero muito continuar a desenhar. E não faço só desenhos, também pinto, faço esculturas em barro e gosto de costurar. Gosto muito de arte em geral. Tenho vários caminhos para explorar. 


JP: E como é que ocupa o seu tempo livre? 


Bruna: Não faço uma distinção entre os meus trabalhos artísticos e os meus passatempos. Todos estes trabalhos artísticos são também a forma como ocupo o meu tempo livre. Por exemplo, a costura e o barro… não sei se serão atividades que penso seguir profissionalmente. Talvez o barro, porque está dentro das artes plásticas. Também toco uquelele. Aprendi sozinha e já o levei para algumas das minhas atuações na rua. 


JP: Quais são as suas ambições para o futuro? 


Bruna: Quero fazer alguma coisa de que goste, e o canto e o desenho são as coisas que me dão mais prazer. A arte é a minha vida. Tudo o que eu gosto de fazer está ligado às artes: desenhar, cantar, ler, dançar… 


JP: Que conselho daria a outros jovens artistas?


Bruna: Não tenham vergonha. Por exemplo, para mim é fácil atuar na rua porque estou a cantar diante de pessoas que não vou voltar a ver. Se não gostarem da minha música, continuam nas suas vidas e eu na minha. E eu ganho sempre em ter essa experiência. Claro que é sempre bom quando as pessoas gostam do meu trabalho, mas se não gostarem também não é uma coisa que me afete, porque as pessoas têm gostos diferentes. Canto porque adoro cantar, não para agradar aos outros.


Entrevista à cantora Bruna Antunes publicada originalmente em www.proart.art


Ouça a voz de Bruna nesta interpretação da canção I'd Rather Go Blind, de Etta Jones:



Veja algumas das suas belas pinturas:



Pintura de uma rapariga com uma raposa ao colo

Pintura de uma árvore num bosque ao por do sol

Pintura de uma rapariga de perfil

Poderá encontrar mais informações sobre Bruna Antunes em:



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