Por Joana Patacas*, em 20 de agosto de 2024
Luis Miguel Macedo é um talentoso trompetista, percussionista e baterista português com um percurso musical impressionante. Nascido numa família de músicos, iniciou os seus estudos musicais aos sete anos com o professor José Fernando e cedo demonstrou uma paixão inata pela música.
“Para mim, a música é a coisa mais importante da minha vida. Nasci com a música e vivi sempre rodeado por ela. Faz parte do meu quotidiano, seja a tocar trompete, bateria ou piano. É uma parte de mim e da minha alma."
Iniciou os seus estudos musicais aos sete anos e em 2004 ingressou no Conservatório de Música do Porto (CMP). Em 2010, participou na Masterclass do professor Pierre Dutot e ingressou na Orquestra de Jazz do Conservatório de Música do Porto. Dois anos depois, em 2012, ingressou na ESMAE na vertente trompete jazz, onde se licenciou. Foi lead trumpet da Orquestra de Jazz do CMP e da ESMAE BigBand, e a sua experiência orquestral é vasta, tendo integrado várias outras orquestras de jazz e big bands de relevo em Portugal, como a Orquestra de Jazz de Matosinhos, Orquestra Jazz de Espinho e HotFive Big Band.
"As minhas grandes influências são as pessoas que tocam ao meu lado, pois no percurso musical estamos sempre a aprender. Como cada pessoa tem a sua forma única de tocar, retiro sempre algo dos meus colegas e alunos."
Luis Macedo já atuou em palcos por todo o país e participou em inúmeros festivais de renome, como o Guimarães Jazz, MUSA Cascais, Festival Porta-Jazz, entre outros. Tem colaborado com grandes nomes do jazz internacional e nacional, partilhando o palco com músicos como Maria João, Kurt Rosenwinkel, Tiago Nacarato, entre outros. As suas gravações incluem trabalhos com a Orquestra de Jazz do CMP, Os Azeitonas e vários outros projetos.
“A humildade é o mais importante. É essencial ser maduro e humilde porque na música não existe "o melhor" ou "o pior".
Além da sua carreira como instrumentista, Luis já lecionou trompete e é um artista oficial da Yamaha Music Global, sE Electronics e Denis Wick Products. Um dos destaques recentes da sua carreira foi o convite para atuar como trompete principal com a prestigiada hr-Bigband da Rádio de Frankfurt.
Atualmente, Luis Miguel Macedo é lead trumpet da Orquestra Jazz de Matosinhos, tem o duo "LUSO" com a percussionista Sofia Costa e trabalha como freelancer em vários campos nacionais e internacionais como percussionista e baterista.
Nesta entrevista exclusiva à SMARTx, vamos conhecer mais sobre o percurso, influências, desafios e projetos deste músico multifacetado e promissor do panorama jazzístico português. Luis Miguel Macedo partilha a sua paixão pela música e deixa conselhos inspiradores para as novas gerações de músicos. Uma conversa a não perder com um dos grandes talentos do jazz nacional da atualidade.
Como e com que idade descobriu a sua paixão pela música?
Tive contacto com a música desde que nasci, pois venho de uma família de músicos. O meu avô, José Alves Macedo, era um conhecido trompetista português da Orquestra Rádio Difusão Portuguesa (atual Orquestra Sinfónica do Porto / Casa da Música) e professor do Conservatório de Música do Porto. Dizem que foi o “pai” dos instrumentos de metal do Porto, uma vez que a maior parte dos instrumentistas de metais portugueses foram seus alunos. Também tocou com músicos de renome, como Luciano Pavarotti e Montserrat Caballé, entre outros. Além disso, sou filho do Maestro, Mestre, Percussionista e Compositor Luis Fernando Costa Macedo.
Quais são as suas maiores influências?
São as pessoas que tocam ao meu lado, pois no percurso musical estamos sempre a aprender. Como cada pessoa tem a sua forma única de tocar, retiro sempre algo dos meus colegas e alunos. Cada um deles tem o seu toque genuíno na maneira de tocar.
Que instrumento toca e qual é o seu instrumento preferido?
Sou trompetista, percussionista / baterista e também estudo piano. Embora não tenha um instrumento preferido, posso dizer que o trompete e a percussão são os instrumentos que mais marcam presença no meu dia-a-dia, tanto a nível nacional como internacional.
Quais foi o maior desafio que enfrentou na sua carreira artística?
Talvez o meu maior “medo” tenha surgido quando me aproximava do fim da licenciatura e saber que no nosso país as orquestras estão viciadas e adulteradas no sentido em que a maior parte dos jovens músicos profissionais não conseguem encontrar trabalho. Estes músicos, pertencentes a uma nova era e com acesso a outros recursos, poderiam, a meu ver, melhorar significativamente qualquer orquestra portuguesa.
Há alguma performance, obra ou projeto do qual se sinta particularmente orgulhoso?
Claro que sim. A Orquestra Jazz de Matosinhos e o meu projeto em duo com a percussionista Sofia Costa, chamado LUSO. Estamos prestes a gravar obras compostas por renomados autores especificamente para o nosso duo. Também adorei trabalhar com a HR BigBand, a orquestra de jazz da Rádio de Frankfurt.
Está atualmente a trabalhar nalgum projeto em especial?
Para além de todos os projetos em que atualmente estou envolvido, o meu foco principal está na preparação da gravação do disco do meu duo.
O que espera alcançar nos próximos anos em termos de sua carreira artística?
Espero não só manter a posição em que me encontro no meu país, mas também tentar revolucionar o mercado de trabalho dos músicos em Portugal. Gostaria de criar uma orquestra sinfónica no concelho de Gondomar, o que vai requerer que as câmaras municipais demonstrem interesse em preservar a cultura e apoiar este tipo de projeto.
Como ocupa os seus tempos livres?
Gosto de ver filmes, ler e estar com a família e as pessoas de quem mais gosto, que é o meu passatempo preferido. Mantenho também a criança que há em mim e jogo videojogos.
O que é para si a música?
Para mim, a música é a coisa mais importante da minha vida. Nasci com a música e vivi sempre rodeado por ela. Faz parte do meu quotidiano, seja a tocar trompete, bateria ou piano. É uma parte de mim e da minha alma.
Que conselho dá aos jovens músicos?
Para os jovens músicos, eu diria que a humildade é o mais importante. É essencial ser maduro e humilde porque na música não existe "o melhor" ou "o pior". No momento em que começamos a rotular músicos, estamos a prejudicar-nos a nós próprios. Luta pelo que queres, ajuda os outros e pede ajuda, porque todos precisam de ajuda em alguma coisa. Na arte, como na vida, não podem existir as palavras "eu" ou "meu", mas sim "nós".
* Joana Patacas - Assessoria de Comunicação e de Conteúdos
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Consulte aqui a página de Artista SMARTx de Luis Miguel Macedo.
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