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Osvaldo Ferreira, que nasceu em 1964 em Paços de Brandão, distrito de Aveiro, foi influenciado desde cedo pela música. A sua mãe, que cantava frequentemente durante as tarefas diárias, e uma tia, que após uma temporada no Brasil numa ordem religiosa regressou com conhecimentos em órgão e pedagogia musical, foram figuras centrais na sua iniciação musical.
Começou a estudar violino aos 11 anos, na escola de música da Tuna Musical Brandoense. Aos 19 anos, formou-se no Conservatório de Música do Porto. Embora dividisse os seus interesses musicais com outras paixões, como o futebol e a filosofia, a integração na Orquestra Portuguesa da Juventude e o facto de ter sido o primeiro violinista português a fazer parte das escolas da Orquestra da União Europeia revelaram que a música faria parte do seu futuro profissional. Mais tarde, entrou na Orquestra do Porto, já depois da reforma de 1989 pelo maestro inglês Jan Latham-Koenig e a "Regie Sinfónia Cooperativa", primeiro como estagiário e depois como efetivo.
Prosseguiu com os seus estudos na Bienen School of Music da Northwestern University em Chicago, inicialmente em violino e depois em direção de orquestra sob a orientação de Victor Yampolsky. Este período foi crucial, marcando a transição de Osvaldo para a regência de orquestras, que se tornaria sua verdadeira vocação.
Fez uma pós-graduação no Conservatório de São Petersburgo sob a tutela de Ilya Mussin e foi laureado em 1999 no Concurso Sergei Prokofiev, na Rússia, consolidando a sua reputação como um maestro de talento excecional. Posteriormente, recebeu o “Fellowship” do Festival de Música de Aspen, onde frequentou a American Conductors Academy. Foi assistente do maestro Claudio Abbado em Salzburgo e Berlin. Estudou ainda com Jorma Panula e David Zinman, foi bolseiro do Ministério da Cultura de Portugal e da Fundação Calouste Gulbenkian.
A sua carreira como diretor convidado é extensa, tendo liderado orquestras em cidades como Berlim, Viena e São Petersburgo, e abrangendo trabalhos em importantes orquestras como a Orquestra Gulbenkian e a Orquestra Sinfónica de Nuremberga.
Além disso, desempenhou papéis significativos como diretor artístico da Orquestra do Algarve e do Festival Internacional de Música do Algarve, diretor e administrador do Teatro Municipal do Faro, diretor artístico da Sociedade de Concertos de Brasília, diretor musical e maestro titular da Orquestra Sinfónica do Paraná e diretor da Oficina de Música de Curitiba.
De regresso a Portugal em 2015, fundou a Orquestra Filarmónica Portuguesa no ano seguinte com o concertino Augusto Trindade. Este projeto, sob a sua direção artística, tem-se consolidado como uma referência, um sucesso que decorre dos altos padrões de exigência estabelecidos desde o início e que atrai músicos de elevada competência técnica e artística.
Além disso, a orquestra lidera o projeto “Sounds of Change”, que envolve parcerias com a Alemanha, Espanha, Eslovénia e Sérvia, o que reflete uma ambição internacional; foi um dos vinte projetos que foram apoiados entre centenas de candidatos pelo programa Europa Criativa da União Europeia; e conta com o apoio da Direção-Geral das Artes.
Gravou vários CDs com obras de autores portugueses e um CD duplo com sinfonias de Mozart, demonstrando não apenas sua habilidade técnica mas também seu compromisso em promover a música portuguesa. A sua dedicação à música contemporânea também é notável, com a apresentação de obras de compositores renomados mundialmente, tais como, K. Penderecki, L. Auerbach, Jean-Luc Ponty, B. Sassetti, H. Rosenschoon, ou G. Ligeti, entre muitos outros.
Aprendi com os melhores. Sou muito disciplinado e sempre tive objetivos traçados. Tenho uma capacidade de trabalho muito elevada e sou multifuncional."
Osvaldo Ferreira